quinta-feira, 13 de novembro de 2008


POEMA DAS QUATROS ESTAÇÕES

SILVÉRIO PERES


Até que eu pensei que tudo ficaria no Verão quando era tão fácil levantar com o sol e ver os frutos de estação caírem em minhas mãos sorridentes de um calor tão acolhedor Daquele que é fogo e água, calor e saciedade, vento e chuva sobre os meus olhos ainda maravilhados com a filosofia dos encantos e mistérios revelados. Sonhos e promessas, lágrimas e sorrisos da Mão que acolhe o novo profeta. Ficar imerso nesta dádiva era tudo que se podia enxergar. Mas... .

Sem querer pensar ou desejar veio o Outono, folhas caem em meus pés e frutos mais escassos não aparecem. Com elas caem alguns tabus de uma mente que brilhava na última estação, mas que agora parece confusa com os galhos secos. E os pássaros estão mais quietos e andam vagarosamente pelos galhos sem roupas. Será o que mudou? Serei o mesmo? Sou o que era? Será o verão o medo do outono e o sol a sombra do que não quer aparecer. Mesmo que nem tudo cai ainda, mas boa parte de mim emerge em uma viagem, mais profunda, doída e doce, temida e aceita, mas segue-se, mas segue-se ... .

Mas vem o frio gélido daquele que é temido mas necessário aos nobres e loucos sonhadores: é o Inverno. Que estação mais ingrata e ao mesmo tempo grata de profundos descobrimentos e entrega sem volta. Ficaram somente as raízes, onde está a beleza das cores? Será o cinza a beleza desejada? Mesmo não desejada a gélida camada fortalece sem ver que sou fortalecido e as profundas raízes trarão a seiva da mais profunda motivação. Serão elas tão inocentes para o inverno, ele descobre o que era aparente para que o verdadeiro ache o caminho de ser verdade. Não há glórias das batalhas ainda, mas para quem espera a próxima será o dia esperado. Verdades dominaram, cálidas e doces, mas são verdades, no mais: espera, espera... .

Depois do gélido vem o esperado: a Primavera. Flores parecem sorrir e os pássaros de volta curtem as cores do novo. Brincar parece um verbo tão comum e correr parece o natural. Frutos, cores brotam do melhor de nós e não é o sol que parece ter nova cor, são os olhos que as enxergam, enxergar passa ser a essência do que não se via. A beleza mais viva recompensa o que antes era lágrimas e agradecida descansa a alma nas Mãos de Quem sempre é a primavera da graça. Corra, colha, é tempo de restituir as cores e os frutos descansam em suas mãos. Afinal correi e olhai os lírios do campo. A mesma Mão que gela é a mesma que esquenta em todas as estações. Chegou o tempo... .

Agosto/ 2007. (favor não copiar sem colocar o autor)

2 comentários:

Anônimo disse...

GRANDE PASTOR SILVÉRIO!! Não foi à toa que conheci você....JESUS sabe o que faz...Suas palavras são fantásticas..Continuem assim meu brother...um grande abraço no seu coração..!!!

Anônimo disse...

O POEMA É DE UMA SENSIBILIDAE INCRÍVEL, MOSTRANDO QUE O POVO DA SNT-SUL PRIMA PELAS LETRAS E LEITURAS.